O Paraná está à beira de registrar um novo recorde de incêndios florestais em um único ano. Até o dia 22 de agosto, o Estado contabilizou 9.339 ocorrências, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros. O recorde anterior, estabelecido em 2019, ficou em 10.835 incêndios, seguido por 2021, que registrou 10.648 incidentes.
As condições climáticas adversas, em especial a influência do fenômeno La Niña, têm contribuído para esse aumento alarmante. Temperaturas acima da média histórica e períodos prolongados de estiagem criam um ambiente propício para o alastramento das chamas. Diante desse cenário, a adoção de ações preventivas se torna essencial para evitar queimadas que podem causar danos significativos e riscos à saúde e à segurança.
“Segundo nossos sindicatos rurais, temos registro de incêndios em diversas regiões do Paraná. Isso coloca em risco a produção agropecuária, nossas lavouras, aviários e granjas, assim como a vida das pessoas”, destaca Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP. “Precisamos, urgentemente, do apoio do governo estadual e, principalmente, das prefeituras municipais, para conscientizar as pessoas e combater essas ocorrências”, complementa.
Na região Noroeste, a situação é crítica, com incêndios colocando em risco tanto propriedades rurais quanto áreas urbanas. Diener Gonçalves, presidente do Sindicato Rural de Cianorte, relata: “Aqui está bem crítica a questão da seca. Em relação aos incêndios, tem sido algo bem grave, porque chegou ao entorno da cidade, atingindo loteamentos novos, que têm mata como divisas. Muita fumaça e cheiro de queimado na cidade.”
Para combater os incêndios, até aeronaves têm sido empregadas, pulverizando água sobre os focos. O sindicato rural também tem alertado os produtores sobre os riscos e a importância de práticas preventivas, utilizando as redes sociais para solicitar apoio e fornecer informações. “A gente tem pedido aos produtores que têm tanques para ajudar os bombeiros, fornecendo água para os caminhões”, aponta Gonçalves.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 50% dos incêndios causados pelo ser humano têm origem intencional, podendo ser classificados como ações de incendiários. Os outros 50% referem-se a casos em que o fogo se alastrou acidentalmente.
Para auxiliar os produtores rurais, o Corpo de Bombeiros recomenda algumas medidas de prevenção. A manutenção do terreno, com a remoção de materiais inflamáveis, e a criação de aceiros entre zonas de mata e áreas residenciais ou agrícolas são essenciais. Além disso, é crucial manter equipamentos de combate ao fogo, como abafadores, enxadas, rastelos e mangueiras.
O Sistema FAEP oferece cursos voltados a práticas preventivas e técnicas de combate ao fogo, incluindo “Incêndios Florestais”, “Incêndios no meio rural” e a capacitação para formar brigadas civis que atuam no monitoramento e combate aos focos de incêndio logo que são detectados. Essas iniciativas visam fortalecer a preparação e a resposta a um problema que afeta não apenas o meio ambiente, mas também a segurança e a economia local.
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