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Médica vira ré por falsificar laudos de câncer e realizar procedimentos desnecessários em mais de 30 pacientes

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Ela é acusada de lesão corporal, estelionato, falsidade ideológica e por exercer atividade ou anunciar que a exerce sem os requisitos necessários.

A médica Carolina Fernandes Biscaia, de Pato Branco, virou ré na Justiça por emitir laudos falsos de câncer de pele e realizar procedimentos desnecessários em mais de 30 pacientes. Ela é acusada de lesão corporal, estelionato, falsidade ideológica e por exercer atividade ou anunciar que a exerce sem os requisitos necessários.

As denúncias começaram a surgir em março deste ano, quando alguns pacientes começaram a desconfiar dos diagnósticos, especialmente após passarem por cirurgias que não pareciam justificadas. Até agora, pelo menos 31 pessoas formalizaram denúncia à Polícia Civil do Paraná.

De acordo com o delegado Helder Lauria, a médica costumava examinar manchas e pintas e, de imediato, afirmava que poderiam ser cancerígenas. Ela então retirava amostras de pele e supostamente forjava laudos de câncer usando uma máquina de xerox em seu consultório.

A denúncia foi aceita pela Justiça em 31 de janeiro de 2025, com base em relatos de 38 pacientes. No entanto, em sete casos, o juiz Eduardo Faoro não reconheceu todos os crimes atribuídos à médica, conforme a denúncia do MP-PR (Ministério Público do Paraná).

Em outubro de 2024, a conclusão do inquérito expôs como a médica utilizava uma abordagem manipuladora para enganar as pacientes, através de pressão psicológica.“Todas as vítimas relataram uma forte pressão psicológica feita pela médica durante a consulta para que fossem realizados os procedimentos tão logo ali no consultório, logo depois que ela dava o diagnóstico”, afirmou o delegado.

Esse comportamento, segundo a polícia, gerava medo e urgência nos pacientes, levando muitos a aceitarem as intervenções sem buscar uma segunda opinião.

MÉDICA FOI PROIBIDA DE EXERCER FUNÇÃO

Em maio de 2024, após a repercussão das denúncias, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) decidiu interditar a médica por 180 dias, período em que ela está impedida de atuar.

A médica já havia recebido uma punição do conselho em março, com uma “censura pública” por declarar especializações que não possuía formalmente. Embora Carolina Biscaia se apresentasse como dermatologista nas redes sociais, o CRM-PR informou que, ao consultar o registro, não consta nenhuma especialidade atribuída a ela.

O Registro da profissional no Conselho Federal de Medicina consta que ela é uma médica sem especialidade registrada.

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