A adolescente Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, morreu neste domingo (1º/6), em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, menos de 24 horas depois de comer um bolo de pote que chegou à casa dela e supostamente estava envenenado. A família contou que ela começou a passar mal pouco tempo depois de consumir o doce, no sábado (31), e que foi levada a um hospital particular, mas não resistiu.
De acordo com os relatos à polícia, a irmã de Ana Luiza recebeu o pacote com o bolo por volta das 17h de sábado. Ana chegou em casa por volta das 18h, viu o embrulho com um bilhete que dizia: “Um mimo para a garota mais linda que eu já vi”, e decidiu comer o doce. Cerca de 40 minutos depois, ela começou a se sentir mal.
Ela mandou mensagem a um amigo dizendo que estava com enjoo e mal-estar. Esse amigo alertou que não era seguro comer alimentos sem saber a procedência. Preocupado, o pai da jovem, Silvio, levou a filha ao hospital.
No hospital, os médicos diagnosticaram intoxicação alimentar. Eles medicaram Ana, aplicaram soro e, como ela apresentou melhora, em seguida, autorizaram a alta. Ela voltou para casa.
Nova piora e morte
No domingo à tarde, por volta das 16h, Ana Luiza piorou novamente. A família levou a adolescente ao pronto-socorro, mas ela já estava sem sinais vitais.
O boletim de ocorrência informa que Ana teve uma parada cardiorrespiratória cerca de 20 minutos antes de chegar à unidade. De acordo com o relatório médico, ela estava cianótica, com hipotermia, sem batimentos cardíacos e sem respiração. A equipe médica tentou reanimá-la por vários minutos, mas não conseguiu.
Como os pais de Ana estavam em estado de choque, o amigo da família, Cristiano, foi até a delegacia para registrar o boletim de ocorrência.
Confissão e motivação
A Polícia Civil trata o caso como homicídio. Uma adolescente também de 17 anos confessou que colocou arsênico no bolo de pote que enviou para Ana Luiza. A suspeita, que também mora em Itapecerica da Serra, disse aos policiais que teve ciúmes da vítima e que só queria “dar um susto”.
Depois de ouvir o depoimento da jovem, a Polícia Civil pediu à Justiça que autorizasse a apreensão dela. A Secretaria da Segurança Pública confirmou a confissão e informou que os investigadores continuam apurando o caso.
Origem do doce
A marca Menina Trufa, responsável pela fabricação do bolo, afirmou que não entregou o doce a Ana Luiza. Segundo uma publicação no Instagram da loja, alguém comprou o produto dizendo que o consumo seria próprio e depois o entregou em outro local.
A Menina Trufa explicou que o bolo chegou até Ana por meio de uma entrega feita a partir de um local desconhecido, usando um motoboy que não trabalha com a empresa. A loja disse que não autorizou essa entrega e que o entregador não tem vínculo com a marca.
No comunicado, a Menina Trufa repudiou as tentativas de associar a marca ao crime e anunciou que fecharia temporariamente a loja a partir de terça-feira (3), como forma de respeito à família de Ana Luiza. A empresa também afirmou que está colaborando com a polícia para esclarecer o caso.
Investigações em andamento
A equipe da Delegacia de Itapecerica da Serra continua investigando o caso para esclarecer os detalhes do crime e se o bolo de pote estava envenenado. A Secretaria da Segurança Pública informou que os policiais seguem realizando diligências e que só divulgarão novas informações conforme o inquérito avançar.
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