Após a contagem de 91% das urnas, ficou definido que a eleição presidencial na Argentina será disputada em segundo turno entre o atual ministro da Economia, Sergio Massa, do partido União Pela Pátria, e o candidato de extrema direita, Javier Milei, do partido A Liberdade Avança.
Segundo os dados divulgados pela Justiça Eleitoral às 22h18, Massa obteve 36,33% dos votos (8,9 milhões), enquanto Milei conquistou 30,18% dos votos (7,4 milhões). A terceira colocada foi Patricia Bullrich, do partido Juntos Pela Mudança, com 23,82% dos votos. A saída de Bullrich traz preocupações sobre o futuro dessa coalizão, que era vista como possível sucessora da aliança peronista no poder.
De acordo com as regras eleitorais da Argentina, apenas um candidato venceria em primeiro turno caso alcançasse 45% dos votos válidos ou obtivesse 40% dos votos com uma diferença mínima de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, o que não ocorreu.
Ao todo, cerca de 35,8 milhões de argentinos estavam aptos a votar nas eleições presidenciais. A taxa de comparecimento foi de 74%, segundo a Cámara Nacional Electoral. Apesar de ter sido maior do que a participação registrada nas eleições primárias (PASO) de agosto, que foi de 70%, a eleição marcou um recorde de absenteísmo desde a retomada da democracia no país há 40 anos.
O segundo turno colocará em disputa dois candidatos com visões opostas: Massa, representante do movimento peronista, que governou a Argentina na maior parte dos últimos 20 anos, e Milei, um libertário radical que defende a dolarização da economia para combater a alta inflação, que já ultrapassa os 138% em 12 meses.
Nos mercados, espera-se um mês de volatilidade, já que Massa e Milei continuam em busca de votos. Massa, que atualmente ocupa o cargo de ministro da Economia, adotou recentemente medidas de corte de impostos e aumento de gastos sociais, o que indica que ele pode seguir essa estratégia caso seja eleito. Além disso, acredita-se que ele possa evitar uma nova desvalorização do peso, como ocorreu logo após as eleições primárias de agosto, quando Milei ganhou vantagem.
O segundo turno era um cenário temido pelos investidores de títulos argentinos, pois prolonga a incerteza. A maioria dos títulos argentinos negociou abaixo de 30 centavos por dólar nas últimas semanas, aumentando os receios de um possível décimo default da dívida do país.
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