A Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) concluiu o inquérito que investigava a morte de Edmundo Goralewski, de 89 anos, ocorrida em 28 de setembro na Rua Ubaldino do Amaral, no Alto da XV, em Curitiba. O caso, que gerou grande comoção nas redes sociais, envolveu uma série de negligências e omissões que culminaram no atropelamento fatal do idoso, após ele desmaiar e cair na rua.
Na última quinta-feira, a polícia indiciou quatro pessoas pelos seus papéis no caso. O motorista que atropelou a vítima e uma enfermeira que negou socorro foram acusados de homicídio culposo, enquanto outras duas pessoas foram indiciadas por omissão de socorro.
O delegado Edgar Santana destacou que o motorista foi negligente ao não adotar as cautelas necessárias ao dirigir, o que poderia ter evitado o atropelamento. Segundo ele, as provas demonstram que a falta de atenção foi determinante para o desfecho trágico. O condutor, por sua vez, afirmou não ter percebido o impacto.
Outro ponto central da investigação foi a recusa de atendimento por parte de uma enfermeira em um hospital próximo ao local do acidente. Uma mulher que parou para ajudar o idoso correu até o hospital para pedir assistência, mas a profissional de saúde alegou não possuir os equipamentos necessários e optou por não prestar socorro para preservar a integridade da vítima. O delegado ressaltou que profissionais da saúde têm o dever legal e ético de atuar em emergências, desde que isso não coloque sua própria segurança em risco.
Além do motorista e da enfermeira, outras duas pessoas foram indiciadas. Um porteiro de um prédio próximo ao local do acidente, que acompanhou a queda do idoso pelas câmeras de segurança, foi acusado de omissão de socorro por não ter ido até o local prestar assistência. Apesar de alegar ter chamado o Siate e avisado uma moradora do prédio, a polícia considerou suas ações insuficientes.
O motorista de um Ford Ka que desviou do idoso desmaiado na rua também foi indiciado. A investigação concluiu que ele poderia ter prestado socorro ou sinalizado o local, evitando o atropelamento posterior.
Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil encaminhou o caso ao Ministério Público, que terá dez dias para decidir se apresentará denúncia contra os envolvidos. A pena para homicídio culposo varia de um a três anos de detenção, enquanto a omissão de socorro prevê reclusão de seis meses a um ano, além de multa.
O caso de Edmundo Goralewski gerou repercussão e debates sobre a responsabilidade moral e social em situações de emergência. A combinação de negligência e omissão de várias partes envolvidas destacou a importância de ações rápidas e responsáveis para salvar vidas.
O delegado Edgar Santana afirmou que o episódio deve servir como um alerta sobre a importância de agir em situações de emergência. Ele reforçou que cada pessoa envolvida teve uma oportunidade de evitar a tragédia e que a vida humana não pode ser tratada com descaso.
A morte de Edmundo Goralewski deixa um legado de reflexão e a esperança de que casos semelhantes sejam tratados com maior seriedade e empatia no futuro.
Fique ligado! #noticiasdopovo