Na última quarta-feira (28), João Miguel da Silva, uma criança de 7 anos, faleceu no Hospital de Urgência de Teresina, após ter sido envenenada. O menino e seu irmão de 8 anos foram internados na última sexta-feira (23) após ingerirem cajus que, segundo investigações, estavam contaminados com veneno. Enquanto João Miguel não sobreviveu, seu irmão continua internado em estado grave.
O caso, que chocou a comunidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, teve início quando as crianças começaram a passar mal após consumir as frutas oferecidas pela vizinha, uma mulher de 52 anos. Em entrevista ao G1, a mãe das crianças, Francisca, detalhou o ocorrido: “Meu filho mais velho chegou em casa com um saco de caju. Ele foi comer os cajus com o irmão e os dois saíram para brincar. Quando o mais novo voltou, disse que estava tonto, se sentindo mole e me pediu para segurá-lo. Eu o segurei e ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando o caju”, descreveu.
Após a intoxicação, o filho caçula foi imediatamente levado ao hospital, e pouco depois, o irmão mais velho também apresentou os mesmos sintomas, sendo transportado pelo tio das crianças. Ambas as vítimas estavam entubadas no Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. O transporte das crianças para a capital foi realizado por uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
As crianças foram submetidas a exames para determinar a substância que provocou o envenenamento, mas os resultados ainda não foram divulgados. A família registrou um boletim de ocorrência e a vizinha suspeita do crime foi presa horas após o incidente, negando as acusações na Central de Flagrantes. A indignação da comunidade levou vizinhos a incendiar a casa da mulher.
A Polícia Civil investiga o caso e apurou que a vizinha já tinha conflitos com outros moradores da área. “Relatos de testemunhas indicam que a suspeita do crime tem desavenças com a vizinhança e que, frequentemente, animais aparecem supostamente envenenados e mortos nas proximidades de sua casa”, informou a polícia.
A tragédia que envolveu João Miguel e seu irmão levanta questões sobre segurança e convivência na comunidade, deixando a população atenta e preocupada com os desdobramentos das investigações.

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